Como a Temperatura Afeta os Lubrificantes

Quando se trata da temperatura do lubrificante, há uma necessidade de controle e
moderação. Encontrar a temperatura certa de trabalho pode estender o
desempenho e vida útil do lubrificante. É claro que tudo é fácil de dizer, mas na
prática pode ser difícil de fazer.

A estabilidade na temperatura dos fluidos é essencial para o sucesso dos sistemas
mecânicos. Todos os fluidos lubrificantes e hidráulicos possuem limites máximos e
mínimos de temperatura de operação. A máquina perde estabilidade e pode falhar
quando o fluido ultrapassa estes limites. Caso este problema não seja tratado, as
falhas resultam na degradação de materiais e dos componentes da máquina.

No frio, os lubrificantes podem degradar quimicamente, separar-se em fases e
apresentam estados físicos alterados.

Alguns exemplos das consequências do frio no lubrificante:
· Óleos de base “Blended” (misturados) podem começar a separar-se em fases.
· Óleos de base Parafínica podem tornar-se géis de cera.
· Alguns aditivos podem se tornar insolúveis resultando em sedimentação.
· Água dissolvida pode se transformar em água emulsionada (mais prejudicial).
· Muitos aditivos que dependem de reações químicas induzidas pelo calor, não
conseguem agir (por exemplo, aditivos EP e AW).
· O óleo pode tornar-se mais viscoso para circular e as graxa mais consistentes.
· Filtros com by-pass abrem a válvula por causa do aumento da viscosidade do
óleo.

Em 1903, Svante Arrhenius ganhou um Prêmio Nobel, quando ele descobriu a
relação entre temperatura e taxas de reação química. A chamada “regra da taxa de
Arrhenius”, refere-se ao fato de que as reações químicas dobram a taxa de reação a
cada aumento de 10°C na temperatura. E com os lubrificantes não é diferente. Uma
vez que a temperatura de ativação da base tenha sido ultrapassada, o lubrificante irá
degradar (oxidar) duas vezes mais rápido a cada 10°C (18°F) de aumento da
temperatura. De fato, há uma série de problemas associados com o excesso de
calor.

Obs.: A temperatura do planeta está em média 2ºC acima das medidas históricas e seus efeitos estão sendo sentidos em todos os equipamentos onde essas variações são determinantes para seu correto funcionamento. A observação acima foi publicada em 2021. Agora, em 2025, algumas publicações apontam que a temperatura média do planeta está em média 5ºC acima das medidas históricas e seus efeitos estão sendo muito mais sentidos em todos os equipamentos onde essas variações são determinantes para seu correto funcionamento.

Alguns exemplos das consequências da alta temperatura no lubrificante:
· Acelera decomposição do aditivo do óleo (Arrhenius).
· Alguns aditivos irão volatilizar e escapar para a atmosfera.
· Consome o IV mais rapidamente.
· Contaminantes microbianos preferem temperaturas mais quentes (mas não
fervente).
· O calor diminui o filme de óleo, causando desgaste acelerado.
· O óleo quente diminui a vida útil dos filtros e vedações e acelera a corrosão.
· Ambos os óleos e graxas são mais propensas a vazamentos.
· A graxa separa o óleo do espessante a temperaturas elevadas.
· Altas temperaturas podem formar carbonáceos e resinas de superfície.

Medindo a temperatura do seu óleo:

Claro que a temperatura desempenha um papel vital no monitoramento da
condição da máquina e é por isso que hoje muitos sistemas de Manutenção
Preditiva possuem alarmes para temperaturas. Assim como nós precisamos verificar
a nossa temperatura para saber se estamos com febre, a maioria dos problemas
com a lubrificação, o atrito e o desgaste terão um perfil de temperatura. Então,
nesse sentido, a mudança de temperatura é boa, pois conseguimos detectar que
algo está errado e devemos tomar uma ação rápida.

Criar uma rota de medição de temperatura nos pontos mais críticos ajuda a manter
um bom programa de inspeção sensitiva.

  • Desenvolver quadros de limites de temperatura para os equipamentos mais críticos,
    definindo as temperaturas do ponto A até o F para o local específico onde o equipamento
    a ser monitorado está localizado (por exemplo, linha de produção)
  • A faixa de operação normal (Zona 3) é limitada pelos pontos C e D. As variações de
    temperatura para baixo do ponto C são controladas por um aquecedor e alarmes. Já as
    temperaturas acima da linha D são controladas por resfriadores e alarmes.
  • A operação constante nas zonas 2 e/ou 4 reduz a vida útil do equipamento e/ou do
    lubrificante. Operar na zona 2 pode retardar o fluxo do lubrificante para os mancais,
    aumentar o consumo de energia e aumentar a tendência a espumação. Operar na zona 4
    pode acelerar a oxidação do óleo, reduzir a força do filme lubrificante e aumentar o
    desgaste associado a partículas.
  • Operar nas zonas 1 e/ou 5 ameaça a confiabilidade da máquina. As temperaturas nos
    pontos extremos A e F podem causar a morte-súbita da máquina. A zona 1 é uma
    condição que tipicamente leva a falta severa de lubrificante e a zona 5 é associada aos perigos relacionados com incêndio, degradação do óleo, depleção dos aditivos,
    volatilização e condições altas de atrito e desgaste.
  • O uso de lubrificantes sintéticos ou com alto IV ajuda nos pontos onde há baixa temperatura ou alta temperatura

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